"LOUVAI ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre" ( Sl 136:1 )
Introdução
Deus é bom! Este é o posicionamento das Escrituras.
Além do predicativo ‘bom’, Deus é descrito como aquele que é detentor
do perdão e pleno de bondade para com todos os que O invocam
"Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam" ( Sl 86:5 ).
E quanto aos que não invocam a Deus? Deus é bom? Sim, Deus é bom! A
Bíblia demonstra que se o homem for infiel, Ele permanece fiel,
portanto, Deus é bom, mesmo quando o homem não O invoca
"Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo" ( 2Tm 2:13 ).
Se o homem for infiel, Deus permanece fiel. Se o homem não o invocar,
não será perdoado, porém, Deus permanece bom. Deus não pode negar-se a
si mesmo, Ele é imutável. Como pode ser isto? Deus permanece ‘bom’ mesmo
quando castiga os transgressores? Sim! A bíblia é categórica:
"Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" ( Tg 1:17 );
"Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos" ( Ml 3:6 ).
Deus permanecerá ‘bom’ mesmo quando derramar o seu furor sobre os
impenitentes? Como é possível haver tanto sofrimento na humanidade e
Deus permanecer bom? É possível conciliar Deus ‘onipotente’ e ‘bom’ com o
problema apresentado pela filosofia acerca da existência do mal?
Há quem considere estas questões como um problema teológico de grande
magnitude, porém, o problema não está em Deus, e sim, quanto à
compreensão de muitos que tentaram amalgamar filosofia com teologia.
Deus é bom
Deus é Deus, ou seja, onipotente, onisciente e onipresente. Também
somos informados pela Bíblia que Deus é Senhor, Soberano, Pai, Rei, etc.
Mas, o que entender por ‘bom’ quando lemos: ‘Deus é bom’?
A primeira reação do leitor interessado em saber o significado
verdadeiro do termo é buscar um dicionário e fazer a seguinte leitura:
“bom - adj. -
1. Que é como deve ser ou como convém que seja; 2. Que tem bondade; 3.
Hábil, destro; 4. Trabalhador; 5. Favorável; 6. Lucrativo; 7.
Espirituoso, engraçado; 8. Cumpridor dos seus deveres; 9. Seguro,
sólido; 10. Regular, normal; 11. Adequado. - s. m. - 12. Homem bom”
Quais destes predicativos aplicam-se a Deus quando lemos ‘Deus é
bom’? Os adjetivos elencados acima são todos pertinentes à visão de
mundo do homem do nosso tempo, a visão do homem moderno. Para o homem
moderno ‘bom’ refere-se a uma virtude pessoal, disposição permanente de
uma pessoa em não fazer maldade, benevolente.
Mas, era esta a visão de mundo do salmista Davi quando afirmou: “Deus é bom”?
Embora o reinado de Davi seja classificado como teocrático, à sua
época as sociedades se estruturavam e cultivavam uma cultura com
princípio aristocrático, pois havia uma enorme distancia entre o rei e
seus súditos. Nas relações sociais, havia uma distância enorme entre
senhor e servo, fenômeno próprio às sociedades aristocráticas.
Em termos gerais, aristocracia (do grego αριστοκρατία, de άριστος
(aristos), melhores; e κράτος (kratos), poder, Estado), lesse ‘poder dos
melhores’, ou seja, diz de uma forma de governo em que um grupo
elitista controla o poder político, sendo as cidades-estados dos
Espartanos exemplo de estado governado por uma aristocracia.
Tal designação “poder dos melhores” nos faz recordar que, na
antiguidade, os aristocratas eram designados ‘melhores’, ‘bons’,
‘senhores’, ‘distintos’, ‘escolhidos’.
Bons? Sim! O termo grego traduzido por ‘bom’ é ἀγαθούς (agathos), com origem em outra raiz correspondente ao substantivo Arete.
“...
continha em si a conjugação de nobreza e bravura militar (...) quase
nunca tem o sentido posterior de ‘bom’, como arete não tem o de virtude
moral” Jaeger, Werner, Paidéia, A Formação do homem Grego, tradução Artur M. Parreira, São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2003. Pág. 27; “Senhorio e arete estavam inseparavelmente unidos. A raiz da palavra é a mesma: άριστος, superlativo de distinto e escolhido...” Idem, Pág. 26.
A condição de senhorio era perfeita do ponto de vista funcional, ou
seja, ausente a nuance moral que a nossa sociedade está acostumada e
louva, de modo que a condição senhor guardava relação intrínseca à ideia
de bom.
Friedrich Nietzche em sua obra ‘A genealogia da moral’, fez a seguinte observação:
“... que
significam exatamente, do ponto de vista etimológico, as designações
para ‘bom’ cunhadas pelas diversas línguas? Descobri então que todas
elas remetem à mesma transformação conceitual – que, em toda parte,
‘nobre’, ‘aristocrático’, no sentido social, é o conceito básico a
partir do qual necessariamente se desenvolveu ‘bom’, no sentido de
‘espiritualmente nobre’, ‘aristocrático’, de ‘espiritualmente
bem-nascido’, ‘espiritualmente privilegiado’: um desenvolvimento que
sempre corre paralelo àquele outro que faz ‘plebeu’, ‘comum’, ‘baixo’
transmutar-se finalmente em ‘ruim’” Nietzche, Friedrich,
Genealogia da moral – Uma polêmica, Tradução Paulo César de Souza, São
Paulo: Companhia das Letras, 2009. Pág. 18.
Traduzir o termo grego agathos por ‘bom’ em virtude da transformação
do significado ao longo dos séculos transtorna a ideia que a bíblia
apresenta, pois a palavra grega ‘agathos’, em virtude do contexto
bíblico onde está inserida, deveria ser traduzida por ‘nobre’, pois a
raiz etimológica da palavra ‘agathos significa
‘alguém que é, que tem realidade, que é real, verdadeiro’. Com relação ao termo, Nietzche assevera que, mesmo com relação a uma mudança subjetiva, o termo significa
‘o verdadeiro enquanto veraz’.
O termo era empregado para levar adiante o lema da nobreza, de modo a
distinguir o nobre do homem comum, mentiroso (Jaeger, Paidéia, Pág. 19).
Qual o sentido de ‘verdadeiro’, quando se lê:
“De
maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso;
como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e
venças quando fores julgado” ( Rm 3:4 ). Ou, qual o sentido de
‘mentiroso’? Neste verso, o significado de ‘verdadeiro’ e ‘mentiroso’
possui conotação moral? Refere-se ao caráter do indivíduo? Observe:
"E os servos,
saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus
como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados" ( Mt 22:10 );
Como interpretar a parábola? Os maus e os bons que os escravos
trouxeram a mando do seu senhor possui conotação moral? Não! No texto,
maus e bons tem o sentido de ‘vis’ e ‘nobres’, ‘pequenos’ e ‘grandes’,
pois o Senhor da parábola não faz acepção de pessoas.
"Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos" ( Mt 5:45 ).
No sermão da montanha, qual o sentido de maus e bons? Ora, sabemos
que Deus não faz acepção de pessoas, e que o sol nasce sobre nobres e
comuns, justos e injustos, portanto, o sentido das palavras ‘maus’ e
‘bons’ não podem ser interpretadas em sua acepção moral.
“A candeia do
corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o
teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo
será tenebroso” ( Mt 6:22 -23).
Os olhos podem ser moralmente maus ou bons? Ou o sentido de ‘mau’ e
‘bom’ refere-se à ideia de simples, comum, contrastando com a ideia de
bom, são, nobre? O comentarista Barclay recomenda traduzir ‘bom’ por
generoso, porém, não é a tradução correta, pois a ideia de generoso
refere-se à liberalidade dos nobres em fazerem o que quisessem com o que
lhes pertencia.
“Para obter
um texto mais fiel ao original devemos traduzir aqui generoso em lugar
de bom ou simples. Jesus elogia o olho generoso” Barclay, Willian, Comentário do Novo Testamento. Pág. 264.
Daí, a seguinte passagem:
"Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?" ( Mt 20:15 )
Diante da liberalidade que era próprio aos ‘bons’ fazerem o quem bem
entendessem com o que lhes pertencia, o nobre em questão repreende os
trabalhadores que censuraram o seu ato. Segundo a visão do homem do
nosso tempo, a conduta do empregador é um despautério, pois ele iguala
os trabalhadores ao conceder o mesmo salário a todos sem considerar o
tempo de trabalho de cada um, porém, segundo a visão do homem à época de
Cristo, o despautério surge quando o homem comum contesta a
liberalidade do nobre
“Por três coisas se
alvoroça a terra; e por quatro que não pode suportar: Pelo servo, quando
reina; e pelo tolo, quando vive na fartura; Pela mulher odiosa, quando é
casada; e pela serva, quando fica herdeira da sua senhora” ( Pv 30:21 -23).
Jaeger analisando os poemas de Teógnis, registrou:
“O poeta
aconselha a que se evite o trato com os maus (kakoi), em que o poeta
engloba todos os que não pertencem a uma estirpe nobre; por outro lado,
também, nobres (agathos) só se acham entre seus iguais” (Jaeger, Paidéia, 244).
"LOUVAI ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre" ( Sl 136:1 )
Introdução
Deus é bom! Este é o posicionamento das Escrituras.
Além do predicativo ‘bom’, Deus é descrito como aquele que é detentor
do perdão e pleno de bondade para com todos os que O invocam
"Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam" ( Sl 86:5 ).
E quanto aos que não invocam a Deus? Deus é bom? Sim, Deus é bom! A
Bíblia demonstra que se o homem for infiel, Ele permanece fiel,
portanto, Deus é bom, mesmo quando o homem não O invoca
"Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo" ( 2Tm 2:13 ).
Se o homem for infiel, Deus permanece fiel. Se o homem não o invocar,
não será perdoado, porém, Deus permanece bom. Deus não pode negar-se a
si mesmo, Ele é imutável. Como pode ser isto? Deus permanece ‘bom’ mesmo
quando castiga os transgressores? Sim! A bíblia é categórica:
"Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" ( Tg 1:17 );
"Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos" ( Ml 3:6 ).
Deus permanecerá ‘bom’ mesmo quando derramar o seu furor sobre os
impenitentes? Como é possível haver tanto sofrimento na humanidade e
Deus permanecer bom? É possível conciliar Deus ‘onipotente’ e ‘bom’ com o
problema apresentado pela filosofia acerca da existência do mal?
Há quem considere estas questões como um problema teológico de grande
magnitude, porém, o problema não está em Deus, e sim, quanto à
compreensão de muitos que tentaram amalgamar filosofia com teologia.
Deus é bom
Deus é Deus, ou seja, onipotente, onisciente e onipresente. Também
somos informados pela Bíblia que Deus é Senhor, Soberano, Pai, Rei, etc.
Mas, o que entender por ‘bom’ quando lemos: ‘Deus é bom’?
A primeira reação do leitor interessado em saber o significado
verdadeiro do termo é buscar um dicionário e fazer a seguinte leitura:
“bom - adj. -
1. Que é como deve ser ou como convém que seja; 2. Que tem bondade; 3.
Hábil, destro; 4. Trabalhador; 5. Favorável; 6. Lucrativo; 7.
Espirituoso, engraçado; 8. Cumpridor dos seus deveres; 9. Seguro,
sólido; 10. Regular, normal; 11. Adequado. - s. m. - 12. Homem bom”
Quais destes predicativos aplicam-se a Deus quando lemos ‘Deus é
bom’? Os adjetivos elencados acima são todos pertinentes à visão de
mundo do homem do nosso tempo, a visão do homem moderno. Para o homem
moderno ‘bom’ refere-se a uma virtude pessoal, disposição permanente de
uma pessoa em não fazer maldade, benevolente.
Mas, era esta a visão de mundo do salmista Davi quando afirmou: “Deus é bom”?
Embora o reinado de Davi seja classificado como teocrático, à sua
época as sociedades se estruturavam e cultivavam uma cultura com
princípio aristocrático, pois havia uma enorme distancia entre o rei e
seus súditos. Nas relações sociais, havia uma distância enorme entre
senhor e servo, fenômeno próprio às sociedades aristocráticas.
Em termos gerais, aristocracia (do grego αριστοκρατία, de άριστος
(aristos), melhores; e κράτος (kratos), poder, Estado), lesse ‘poder dos
melhores’, ou seja, diz de uma forma de governo em que um grupo
elitista controla o poder político, sendo as cidades-estados dos
Espartanos exemplo de estado governado por uma aristocracia.
Tal designação “poder dos melhores” nos faz recordar que, na
antiguidade, os aristocratas eram designados ‘melhores’, ‘bons’,
‘senhores’, ‘distintos’, ‘escolhidos’.
Bons? Sim! O termo grego traduzido por ‘bom’ é ἀγαθούς (agathos), com origem em outra raiz correspondente ao substantivo Arete.
“...
continha em si a conjugação de nobreza e bravura militar (...) quase
nunca tem o sentido posterior de ‘bom’, como arete não tem o de virtude
moral” Jaeger, Werner, Paidéia, A Formação do homem Grego, tradução Artur M. Parreira, São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2003. Pág. 27; “Senhorio e arete estavam inseparavelmente unidos. A raiz da palavra é a mesma: άριστος, superlativo de distinto e escolhido...” Idem, Pág. 26.
A condição de senhorio era perfeita do ponto de vista funcional, ou
seja, ausente a nuance moral que a nossa sociedade está acostumada e
louva, de modo que a condição senhor guardava relação intrínseca à ideia
de bom.
Friedrich Nietzche em sua obra ‘A genealogia da moral’, fez a seguinte observação:
“... que
significam exatamente, do ponto de vista etimológico, as designações
para ‘bom’ cunhadas pelas diversas línguas? Descobri então que todas
elas remetem à mesma transformação conceitual – que, em toda parte,
‘nobre’, ‘aristocrático’, no sentido social, é o conceito básico a
partir do qual necessariamente se desenvolveu ‘bom’, no sentido de
‘espiritualmente nobre’, ‘aristocrático’, de ‘espiritualmente
bem-nascido’, ‘espiritualmente privilegiado’: um desenvolvimento que
sempre corre paralelo àquele outro que faz ‘plebeu’, ‘comum’, ‘baixo’
transmutar-se finalmente em ‘ruim’” Nietzche, Friedrich,
Genealogia da moral – Uma polêmica, Tradução Paulo César de Souza, São
Paulo: Companhia das Letras, 2009. Pág. 18.
Traduzir o termo grego agathos por ‘bom’ em virtude da transformação
do significado ao longo dos séculos transtorna a ideia que a bíblia
apresenta, pois a palavra grega ‘agathos’, em virtude do contexto
bíblico onde está inserida, deveria ser traduzida por ‘nobre’, pois a
raiz etimológica da palavra ‘agathos significa
‘alguém que é, que tem realidade, que é real, verdadeiro’. Com relação ao termo, Nietzche assevera que, mesmo com relação a uma mudança subjetiva, o termo significa
‘o verdadeiro enquanto veraz’.
O termo era empregado para levar adiante o lema da nobreza, de modo a
distinguir o nobre do homem comum, mentiroso (Jaeger, Paidéia, Pág. 19).
Qual o sentido de ‘verdadeiro’, quando se lê:
“De
maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso;
como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e
venças quando fores julgado” ( Rm 3:4 ). Ou, qual o sentido de
‘mentiroso’? Neste verso, o significado de ‘verdadeiro’ e ‘mentiroso’
possui conotação moral? Refere-se ao caráter do indivíduo? Observe:
"E os servos,
saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus
como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados" ( Mt 22:10 );
Como interpretar a parábola? Os maus e os bons que os escravos
trouxeram a mando do seu senhor possui conotação moral? Não! No texto,
maus e bons tem o sentido de ‘vis’ e ‘nobres’, ‘pequenos’ e ‘grandes’,
pois o Senhor da parábola não faz acepção de pessoas.
"Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos" ( Mt 5:45 ).
No sermão da montanha, qual o sentido de maus e bons? Ora, sabemos
que Deus não faz acepção de pessoas, e que o sol nasce sobre nobres e
comuns, justos e injustos, portanto, o sentido das palavras ‘maus’ e
‘bons’ não podem ser interpretadas em sua acepção moral.
“A candeia do
corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o
teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo
será tenebroso” ( Mt 6:22 -23).
Os olhos podem ser moralmente maus ou bons? Ou o sentido de ‘mau’ e
‘bom’ refere-se à ideia de simples, comum, contrastando com a ideia de
bom, são, nobre? O comentarista Barclay recomenda traduzir ‘bom’ por
generoso, porém, não é a tradução correta, pois a ideia de generoso
refere-se à liberalidade dos nobres em fazerem o que quisessem com o que
lhes pertencia.
“Para obter
um texto mais fiel ao original devemos traduzir aqui generoso em lugar
de bom ou simples. Jesus elogia o olho generoso” Barclay, Willian, Comentário do Novo Testamento. Pág. 264.
Daí, a seguinte passagem:
"Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?" ( Mt 20:15 )
Diante da liberalidade que era próprio aos ‘bons’ fazerem o quem bem
entendessem com o que lhes pertencia, o nobre em questão repreende os
trabalhadores que censuraram o seu ato. Segundo a visão do homem do
nosso tempo, a conduta do empregador é um despautério, pois ele iguala
os trabalhadores ao conceder o mesmo salário a todos sem considerar o
tempo de trabalho de cada um, porém, segundo a visão do homem à época de
Cristo, o despautério surge quando o homem comum contesta a
liberalidade do nobre
“Por três coisas se
alvoroça a terra; e por quatro que não pode suportar: Pelo servo, quando
reina; e pelo tolo, quando vive na fartura; Pela mulher odiosa, quando é
casada; e pela serva, quando fica herdeira da sua senhora” ( Pv 30:21 -23).
Jaeger analisando os poemas de Teógnis, registrou:
“O poeta
aconselha a que se evite o trato com os maus (kakoi), em que o poeta
engloba todos os que não pertencem a uma estirpe nobre; por outro lado,
também, nobres (agathos) só se acham entre seus iguais” (Jaeger, Paidéia, 244).
Fonte: http://www.estudobiblico.org/pt/detalhe/ver/por-que-deus-e-bom-259